Gosto do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Ás vezes tem um céu azul, outras tempestades. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. (C.F.A)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Eu quero minha inocência de volta.

Quero fechar meus olhos e dormir o sono dos justos.
Eu quero apagar coisas que meus olhos viram. Quero esquecer coisas meus ouvidos ouviram. Quero olhar as pessoas de baixo, e ver nelas apenas sabedoria e justiça.
Por que não posso?
Por que tenho que sentir o gosto amargo da falta de fé? A falta de fé nas pessoas.
Queria poder sentir tudo de novo... O primeiro choro por uma paixão platônica. O gosto do primeiro beijo. A dor da primeira perda.
Quero poder sorrir com uma piada boba, comer brigadeiro e ficar acordada a noite toda.
Quero ser criança, e aproveitar melhor meu tempo, o gosto e as cores dessa época.
Mas não posso...
As pessoas não se apaixonam mais, aproveitam-se umas das outras. Os beijos não são mais tão carinhosos e castos quanto antes. As perdas, agora que sabemos seu real significado, o de pra sempre perdido, jamais reencontrado, são mais dolorosas. As piadas agora são sujas, indecentes. O brigadeiro agora nos faz perder a forma. Ficar acordada a noite toda nos deixa cansada para o trabalho no dia seguinte.
Por isso peço.
Devolva-me a fé.
Devolva-me a capacidade de acreditar que as pessoas são boas, que as pessoas não machucam as outras por puro prazer.
Devolva-me a crença de que a justiça existe e que é feita é e comprida!
Devolva-me as noites de sono bom e tranquilo, enquanto eu acreditava que bastava amar e estaria tudo certo.
Quero voltar acreditar que o pior que pode me acontecer é cair do balanço e ralar meu joelho.
E que se isso acontecer... Mamãe, por favor, beije meu joelho pra ele sarar.
Um beijo não apaga as marcas que me deixaram, um beijo não cura as dores pelas quais passei, um beijo...
Ameniza, mas não apaga.

Um comentário:

  1. Tão intenso, não é, Flor? E tão difícil assumir que crescemos .. Mas a criança que fomos, somos! Ela só anda cochilando um pouquinho dentro de nós, mas se sacudir devagarzinho, ela desperta, toda serelepe e cheia de sonhos, ainda!

    Muitos sopros para sacudirem mais palavras de você, viu?
    Beijos.

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