Gosto do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Ás vezes tem um céu azul, outras tempestades. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. (C.F.A)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Perdida

Ouço uma voz que fala, mas não parece ser eu.
Olho a peça que falta, mas ela não se encaixa.
Sinto no corpo um gozo que não é meu.
Na boca um gosto que não me apetece.
Essa não sou eu.
Esse sorriso não é meu, porque não tenho a mínima vontade de sorrir.
Aquelas lágrimas são minhas, mas parecem estar em outra pessoa.
Fecho meus olhos e me busco, me caço... Não me encontro! Me desespero.
Me perdi de mim mesma.
Falo. Esperando que a voz que eu ouça seja a minha, mas não é.
Tento entender onde foi que me perdi, quando foi que deixei de ser eu e me tornei essa estranha que sorri pra esconder a dor.
Onde eu estava que não me vi indo embora?
Mas se bem que mesmo que eu me visse indo embora, sou uma menina tão caprichosa e cheia de vontades que não faria diferença.
Eu iria embora de qualquer maneira.
Apesar de não saber quando fui embora, sei o porque. Cansaço.
Estava cansada de mim mesma, de estar sempre em um extremo. Numa hora tão alto a ponto de tocar as nuvens noutra tão baixo a ponto de não ver o céu.
Estava cansada de ser hora gelada como granizo noutra quente como lava.
Me pergunto se um dia irei me reencontrar. E o que será de mim nesse reencontro.
Me pergunto se quero me reencontrar.

sexta-feira, 25 de março de 2011


Queria poder dizer que não fui eu...
Que eu não me apaixonei, que eu não quis, que eu não desejei.
Queria poder dizer que fui forte, me mantive segura e não me entreguei...
Queria poder dizer que voltaria atrás e não faria nada daquilo de novo.
Mas seria mentira.
Sim eu me apaixonei, por seus olhos, por seu riso, por suas palavras. O que mais de você eu tenho? Nada.
Eu quis sentir teu cheiro, teu toque, teu calor.
Eu desejei poder beijá-lo, poder tocá-lo, poder... Tê-lo.
Fui forte, em manter pra mim sentimento tão grande.
Joguei-me no mar da saudade, sem nada a que me agarrar.
Entreguei-te o que de mim ainda era meu, meu coração.
Se eu pudesse, eu voltaria atrás, mas faria tudo de novo, cada conversa, cada segundo, e aproveitaria cada segundo do meu, tão pouco tempo, com você.
Se eu pudesse, me apaixonaria de novo, e sempre.

terça-feira, 15 de março de 2011

Você pode me contar e eu não atentar.
Você pode sonhar e não acreditar.
Você pode viver e não realizar.
Voce pode amar e não enfrentar.

Pode sorrir e encantar.
Pode estar e esperar.
Pode buscar e não encontrar.
Pode sair e querer voltar.

Ser e estar.
Chorar e sorrir.
Perder e achar.
Voar e cair.

Chorar.
Cantar.
Amar.
Pintar.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Eu quero minha inocência de volta.

Quero fechar meus olhos e dormir o sono dos justos.
Eu quero apagar coisas que meus olhos viram. Quero esquecer coisas meus ouvidos ouviram. Quero olhar as pessoas de baixo, e ver nelas apenas sabedoria e justiça.
Por que não posso?
Por que tenho que sentir o gosto amargo da falta de fé? A falta de fé nas pessoas.
Queria poder sentir tudo de novo... O primeiro choro por uma paixão platônica. O gosto do primeiro beijo. A dor da primeira perda.
Quero poder sorrir com uma piada boba, comer brigadeiro e ficar acordada a noite toda.
Quero ser criança, e aproveitar melhor meu tempo, o gosto e as cores dessa época.
Mas não posso...
As pessoas não se apaixonam mais, aproveitam-se umas das outras. Os beijos não são mais tão carinhosos e castos quanto antes. As perdas, agora que sabemos seu real significado, o de pra sempre perdido, jamais reencontrado, são mais dolorosas. As piadas agora são sujas, indecentes. O brigadeiro agora nos faz perder a forma. Ficar acordada a noite toda nos deixa cansada para o trabalho no dia seguinte.
Por isso peço.
Devolva-me a fé.
Devolva-me a capacidade de acreditar que as pessoas são boas, que as pessoas não machucam as outras por puro prazer.
Devolva-me a crença de que a justiça existe e que é feita é e comprida!
Devolva-me as noites de sono bom e tranquilo, enquanto eu acreditava que bastava amar e estaria tudo certo.
Quero voltar acreditar que o pior que pode me acontecer é cair do balanço e ralar meu joelho.
E que se isso acontecer... Mamãe, por favor, beije meu joelho pra ele sarar.
Um beijo não apaga as marcas que me deixaram, um beijo não cura as dores pelas quais passei, um beijo...
Ameniza, mas não apaga.

domingo, 6 de março de 2011

É ela... Tão natural, tão certa, tão definitiva, tão... dolorosa.
Sabíamos bem que ela chegaria, um dia. Não é nenhuma novidade.
Mas apesar de sabermos que ela vem, e que não podemos dizer não a ela, ela é sempre recebida com surpresa, medo e, na maioria da vezes raiva.
Ela chega assim as vezes de mansinho se instala nas brechas da nossa vida. Outras vezes chega derepente, sem nenhum aviso, sem nenhum preparo.
Definir de que maneira ela se faz mais dolorosa é impossivel.
Mas é possivel sim dizer que depois dela, para os que ficam resta a saudade.
Saudade essa que faz com ela, a morte, seja uma grande vilã, a saudade e a incerteza do depois.
Todo futuro é incerto, por que não sabemos quanto tempo nos resta sem que ela nos arrebate, mas no futuro podemos ter uma certeza, ela nos encontrará.
E assim, nós que hoje sentimos saudades dos que nos braços dela se foram, sabemos que amanhã faremos saudade a quem aqui ficar.
Antes que ela chegue, nos resta muito pouco, muito pouco que no fundo é muito, e que se resume em uma só palavra VIVER.

terça-feira, 1 de março de 2011

Que todo céu seja azul.
Que toda nuvem seja branca.
Que toda cara seja sorriso.
Que toda mão seja aliança.
Se o vento soprar, quero ouvir o seu som.
Se a chuva vier, quero com ela dançar.
Que não venha tristeza, medo ou solidão.
Que venha beijo, alegria e compreensão.
Que todo riso seja gargalhada.
Que toda alegria seja dobrada.
Se o medo vier, que não me encontre.
Se o amor vier que me encante.
Que em toda esquina haja abraço.
Que em toda boca haja beijo.
Que em todo corpo haja desejo.
Que em todo amor haja retorno.

(isso foi o que sua música me trouxe...)